domingo, 14 de agosto de 2011

Scheherazade e As histórias das Mil e Uma Noites

Há cerca de dois meses atrás li um livro onde a protagonista da história cita Scheherazade. E apesar de já ter ouvido falar de tal personagem, nunca tinha me interessado em pesquisar nada a respeito de tal história, mas o livro que li era tão interessante que resolvi fazer aqueles meus passeios virtuais para ver o que encontrava... Achei uma história que julguei um espetáculo, por isso, vim até aqui compartilhar com vocês.



Fonte imagens: Google imagens


Conta a lenda que na antiga Pérsia o Rei Shariar descobre descobre que foi traído pela esposa, que tinha um servo por amante, o Rei despeitado e enfurecido matou os dois. Depois, toma uma terrível decisão: todas as noites, casar-se-ía com uma nova mulher e, na manhã seguinte, ordenaria a sua execução, para nunca mais ser traído. Assim procede ao longo de três anos, causando medo e lamentações em todo o Reino.

Um dia, a filha mais velha do primeiro-ministro, a bela e astuta Scheherazade, diz ao pai que tem um plano para acabar com a barbaridade do Rei. Todavia, para aplicá-lo, necessita casar-se com ele. Horrorizado, o pai tenta convencer a filha a desistir da ideia, mas Scheherazade estava decidida a acabar de vez com a maldição que aterrorizava a cidade.

E assim acontece, Scheherazade casa-se com o Rei.

Terminada a breve cerimônia nupcial, o rei conduziu a esposa a seus aposentos, mas antes de trancar a porta, ouviu uma ruidosa choradeira. "Oh, Majestade, deve ser a minha irmãzinha, Duniazade", explicou a noiva. "Ela está chorando porque quer que eu lhe conte uma história, como faço todas as noites. Já que amanhã estarei morta, peço-lhe, por favor, que a deixe entrar para que eu a entretenha pela última vez!"

Sem esperar resposta, a jovem abriu a porta, levou a irmã para dentro, instalou-a no tapete e começou: "Ra uma vez um mágico muito malvado...". Furioso, Shariar se esforçou ao máximo para impedir a narrativa; resmungou, bufou, tossiu, porém as duas irmãs o ignoravam. Vendo que de nada adiantava sua estratégia, ele ficou quieto e se pôs a ouvir o relato de Sheherazade, meio distraído no início, profundamente interessado após alguns instantes. A pequena Duniazade adormeceu, embalada pela voz suave da rainha. O soberano permaneceu atento, visualizando mentalmente as cenas de aventura e romance descritas pela esposa. De Repente, no momento mais empolgante, Scheherazade silenciou. "Continue!", Shariar ordenou. "Mas o dia está amanhecendo, Majestade! Já ouço o carrasco afiar a espada!" "Ele que espere", declarou o rei. Shariar se deitou e logo dormiu profundamente. Despertou ao anoitecer e ordenou à esposa que concluísse o relato, mas não se deu por satisfeito. "Conte-me outra!"

Scheherazade com sua voz melodiosa começou a contar histórias de aventuras de reis, de viagens fantásticas de heróis e de mistérios. Contava uma história após a outra, deixando o Sultão maravilhado.

Sem que Sheramin percebesse, as horas passaram e o sol nasceu. Scheherazade interrompeu uma história na melhor parte e disse: - Já é de manhã, meu senhor!

O rei interessado na história, deixou Scheherazade no palácio para mais uma noite.

E assim Scheherazade fez o mesmo naquela noite, contou-lhe mais histórias e deixou a última por terminar. Sempre alegre, ora contava um drama, ora contava uma aventura, às vezes um enigma, em outras uma história real.

Dessa forma se passaram dias, semanas, meses, anos. E coisas estranhas aconteceram. Scheherazade engordou e de repente recuperou seu corpo esguio. Por duas vezes ela desapareceu durante várias noites e retornou sem dar explicação, e o rei tampouco lhe perguntou nada.

Certa manhã ela terminou uma história ao surgir do sol e falou: "Agora não tenho mais nada para lhe contar. Você percebeu que estamos casados há exatamente mil e uma noutes?" Um ruído lhe chamou a atenção e, após uma breve pausa, ela prosseguiu; "Estão batendo na porta! Deve ser o carrasco. Finalmente você pode mandar para a morte!".

Quem entrou nos aposentos reais foi, porém, Duniazade, que ao longo daqueles anos se transformara numa linda jovem. Trazia dois gêmeos nos braços, e um bebê a acompanhava, engatinhando. "Meu amado esposo, antes de ordenar minha execução, você precisa conhecer meus filhos", disse Scheherazade. "Aliás, nossos filhos. Pois desde que nos casamos eu lhe dei três varões, mas você estava tão encantado com as minhas histórias que nem percebeu nada..." Só então Shariar constatou que sua amargura desaparecera. Olhando para as crianças, sentiu o amor lhe inundar o coração como um raio de luz. Contemplando a esposa, descobriu que jamais poderia matá-la, pois não conseguiria viver sem ela.

Assim, escreveu a seu irmão e lhe propondo que se casasse com Duniazade. O casamento se realizou numa dupla cerimônia, pois Shariar esposou Scheherazade pela segunda vez, e os dois reis reinaram felizes até o fim de seus dias.

Podemos concluir por essa história contada por Scheherazade que, "A liberdade se conquista com o exercício da criatividade."


Obs.: Entre as histórias contadas por Scheherazade ao Rei, estavam "Aladim e a Lâmpada Maravilhosa", "Simbad, O Marujo", "Ali Babá e os Quarentas Ladrões" e muitas outras.

E se você ficou curioso(a) pela história das Mil e Uma Noites, em uma outra pesquisa que eu fiz por aí, vi que o livro é tão antigo na literatura que nem se conhece sua autoria verdadeira, apenas que ele foi inicialmente escrito em sânscrito, depois persa, árabe e finalmente traduzido para os países ocidentais.

E no site, do Submarino, há uma versão disponível para venda.

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